quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Soar de vivência...


Quadros geométricos, pedras preciosas, aromas das indias, buscas infindáveis de planos exotéricos. Piadas desreguladas por questões vazias e irracionais. No meio do vento, os corações gelam com risadas de lucidez. Na tristeza de arriscar o nada, surge o perder do real, na seca e pálida fusão dos seres.
Já pensaste que na verdade o sobrenatural foi criado para dar emoção aos momentos mortos? E já viste que a chuva molha a cada pingo? Como será viver perdido no nevoeiro? Qual D.Sebastião e império perdido, que doença é essa a que nos percorre na irrefutável vivência? Agarramos planos e mistérios para nos encontrarmos, lidamos com um ser que habita em nós e que repudiamos.
Parei, acendi um cigarro e despertei na chama que rompeu a escuridão, que alma perdida a tua, que rasgos tem a tua pele, como é possivel não sarar as feridas?
Vem, relaxa na ilusão dos nossos corpos, deixa o extâse orgásmico que te preenche, desvanescer no doce passar dos segundos. Mente ao mundo e grita doces notas de paixão ao meu ouvido.
Repara, a luz, o dia já rompe, cobre o teu corpo nu e procura não corar, a cada raio solar, mais um brilho preenche o teu rosto. Como brilham esses olhos, que fogueira eles transportam, que mares ja os percorreram... Sai, os passaros já tocam o sinal do teu alarme.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Pingos geometricos...


Repara como chove la fora... como cada pingo cai e se dissolve no parapeito da nossa janela, como cada poça parece almejar ser um rio, e como cada nuvem descarrega ferozmente as suas lágrimas.
Este chá que enrosco e entrelaço em minhas mãos, tem como função aquecer um peito e reconfortar uma alma. Assim que o encosto aos lábios e sinto o seu sabor adocicado, relembro que há vida por entre a lágrima de uma nuvem, que cada porção de terra molhada dará a luz um ser, que alimentará muitos outros, que ciclo vicioso esse que nos envolve, impregnado de vida e morte, principio e fim.
Esta sensação reconfortante é agora um incomodo, e a chuva parou, o solo absorve para si os sonhos de toda uma poça, de toda uma gente. E eu? Bem, eu sou so umas mãos entrelaçadas que respiram o doce calor destas paredes que me envolvem, e cujos dedos brincam, traçando linhas quase geometricas, seguindo estes pingos que escorrem na janela do meu quarto.

domingo, 6 de abril de 2008

Podes vir, e dá me o teu pior..


Rebentam em mim, percepções inconcebiveis de uma realidade inexistente. Poesias mortas e secas planam na doce brisa da minha loucura.
Fisicamente inconcebivel é essa subida ao mais infimo de cada um de nós. Na verdade, de que me serve essa luta constante, se o fim é sempre o mesmo? Estes punhos já sangram de cansaço, mas o sonho... esse nao chega!
Com firmeza rejeito baixar a cabeça como um fraco. Seria tao simples, e todos o fazem, ouvi dizer inclusive que está na moda... Porém, a minha arrogância está acima de tudo isso, e sem medo ou pudor, foco um fim, não o meu.. o dos fracos. Aqueles que não se encontram por muito que procurem.
Lanço uma gargalhada no texto e acendo um cigarro, reparem bem como a poesia esvoaça ao fundo.. é seca, é futil. Mas tentar é de louvar e desistir é uma boa forma de negar o obvio.
Reparem a poesia, e um pouco mais abaixo quem está? Vislumbro seres que se contorcem como lesmas... ahaha, aqueles que pouco acreditam, que pontapeiam para canto as suas opiniões deixando-se levar pelas vozes dos outros... Estão ali, bem ali no meio de tudo que é igual a nada, estão a formatar mais umas caracteristicas, e como se contorcem.. tanta lama, tanta lesma!!
CHEGA!! Enoja-me este cheiro a ratos. Prefiro o doce aroma da poesia fresca, e apesar da tinta desta caneta ter secado, eu troco a carga e recomeço. Não, melhor!! Eu continuo, porque não voltarei ao principio, as riquezas que existem, serão polvilhadas pela doce mão da vontade.
Sigo regando estas palavras com sangue, suor e lágrimas. E ergo bem alto estes punhos, que apesar de estarem em carne viva, estão prontos para uma nova luta.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Amo, porque amo...


Palavras podiam ser ditas, escritas, pensadas acerca do que eu sinto por ti, no entanto... de nada valeria, é inexplicável, inexprimível, impensável...

És uma luz que emana sobre mim e que exerce o poder de concentrar em mim tudo o que tens de bom, mau, porém jamais deixei de te amar, jamais deixarei de o fazer...

Amo, e não vivo contos de fada, amo, pelo que foste, és e sei que irás ser, amo, porque encerras em ti o mistério de me fazer amar, encerras em ti o segredo de me fazer sentir, amo, porque és tudo sem ser nada, amo, por respirares o mesmo ar que eu e ainda assim manteres um sorriso, amo porque tive a felicidade de me cruzar contigo na estrada da vida, e me fizeste ter vontade de me desviar do precipício e embarcar contigo nesta nossa viagem, amo porque amo, e porque o amor é tão inexplicável como aquilo que sinto, vivo e respiro para ti, e através de ti, amo te muito e sei que o sentirei até ao dia em que as veias do meu corpo já não bombearem o meu sangue, amo e vou amar até que o fim seja o recomeço e o futuro seja o presente, amo porque amo, e porque tenho esse privilégio.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Mar sem fim...


Indiscutivelmente a cada pegada que deixamos no mapa das nossas sensações, há uma outra que relegamos para o passado. Escrevemos e apagamos com o velho pretexto de um fim visionado nas mais belas galerias da não existência. Sim, ali onde imoveis criámos laços com o vazio que nos rodeava. No fim de contas, estamos sós, numa inevitável convivência de posse com aqueles em que revemos caracteristicas comuns.
Procuramos sem fim um porto de abrigo, navegamos em mares sem fundo, e apesar de muitos naufrágios em aportagens, almejamos sempre um casco titânico em que tudo se torne possivel de explorar. Quantas vezes os Deuses nos abandonaram? Já perdemos a conta a toda a desgraça que eles provocaram, no entanto, são eles que nos consolam quando tudo falta. As energias estão alinhadas, porém onde esta o fundo viável ao descolar num plano astral, real e vivo?

Carta introdutória...


Revoltosos são estes passos contra a maré de tristeza que me invade. Absurda é esta sensação de irreal que me corrompe as entranhas. Translúcida é a miragem que emana de teus lábios. Recluso sou eu do sistema circular que irrompe a cada inspiração.
Liberdade momentanea esta em que me apoio. Fortes são as motletas em que sustento os meus sentimentos. Desistência corrupta ao longe, afundo me nesta visão desprovida de profundidade.
Podes brilhar para mim, não é dificil. Este túnel em que marco os meus passos é negro, como o bréu gelado de um infinito absurdo roubado aos Deuses. Se ao menos soubesses como existes em mim, negarias qualquer infortúnio e jamais levantarias dúvidas. Aceita me... pelo que sou contigo.